O que é invisível pra você?

Na correria dos dias atuais muitas coisas passam batidas. Nas grandes cidades as pessoas andam sempre com pressa, se esbarram e não se preocupam em ao menos tirar a atenção do celular para se cumprimentarem. Os olhos estão voltados para um mundo de mídias sociais.

Pensando nisso 4 universitários criaram uma comunidade nas redes sociais chamada ‘SP Invisível’, que mostra a história de pessoas como elas realmente são. Pessoas como essas não usam facebook, você passa por elas e nem vê. Eles entrevistam moradores de rua, catadores, artistas de rua e profissionais menos reconhecidos por SP para saber as histórias que existem por trás delas, suas alegrias e tristezas. São histórias emocionantes.

“Eu sou o Genival, tenho 50 anos. Nasci e cresci em São Paulo, não tenho mulher nem filhos. Sou o filho mais velho. Quando eu tinha 14 anos meu pai morreu e tive que trabalhar de pedreiro para bancar minha mãe e meus irmãos. Quando tinha 20 anos recebi uma proposta de emprego no interior que prometia mudar minha vida. Pensei

: ‘Vou ganhar muita grana.’ Cheguei lá e não era nada daquilo, nada mesmo, porque a tal empresa nem existia. Como estava lá, tentei tocar a vida por aqueles cantos mas não consegui. Decidi voltar pra São Paulo e aqui estou. Procurei minha família e nunca mais achei. A rua virou minha casa e passei a ser invisível para os que são ‘visíveis’. Esse pessoal não me dá nem bom dia, você acha que vão me dar oportunidade?”

"Vish cara, eu nem gosto de lembrar da minha história. Eu acredito que se Deus deu essa cruz pra eu carregar, quer dizer que eu consigo. Ser deficiente visual é ter que aprender tudo de novo, tudo fica mais difícil. Meu nome é Danilo, eu vim pra rua porque minha mãe arrumou outro cara e meu pai, que era meu porto seguro, faleceu. Como eu não gostava muito do meu padrasto, pra não continuar brigando e manter a paz, decidi sair de casa. Quando eu vim pra cá, eu não tinha esse problema ainda. Há 8 anos, minha retina descolou por causa do alto grau de miopia que eu tinha. Aos poucos eu fui perdendo a visão, mas eu ainda enxergava bem pouco. Eu já fiz várias cirurgias, numa dessas eu voltei a enxergar e a usar óculos, até que um dia eu tava na rua com fome e meio grogue de remédio pedindo dinheiro pra comer, mas o policial achou que eu tava drogado e jogou spray de pimenta em mim, a cirurgia serviu de nada. Desde então eu tenho fotofobia, aquela doença do Ciclope do X-men, com um pouquinho de sol, o olho já começa a queimar. Quando você é criança, você aprende brincando, agora eu aprendo na marra. Já quase fui atropelado, bato a cara no poste direto, me perco quase sempre. Imagina como é difícil viver na rua com esse problema."

Como não se emocionar, não é mesmo? Quer ler mais histórias e entender o porque ficamos tão fascinados com esse projeto? Dá uma conferida lá: SP Invisível

Fonte: Razões Para Acreditar